Eu sempre achei que ir pro Salar de Uyuni fosse meio “perrengue”. Afinal, passar vários dias num carro por umas “estradas” no meio do deserto naquela altitude só pra fazer umas fotos em perspectiva não era uma das prioridades da minha vida.
Não mesmo.
Mas venha comigo nessa série de posts sobre minha experiência na Bolívia que você irá entender como eu mudei de ideia. E espero que consiga inspirar vocês a planejarem uma viagem por lá.
Pra começar, neste post vou falar sobre o planejamento para a viagem.
Afinal, quanto custa ir pra lá? Qual a melhor época? O que levar? Onde ficar?

Qual a melhor época?
O Salar pode ser visitado o ano inteiro, mas as temperaturas irão variar bastante. Nos meses de Junho, Julho e Agosto, a temperatura estará bem baixa (se prepare para o frio) e o Salar, bem seco. De Janeiro a Março chove por lá, então se quiser aquelas fotos com efeito espelhado, prefira esses meses. No restante do ano as temperaturas são mais amenas, em média. Mas com a mudança climática que vem ocorrendo em nosso planeta nas últimas décadas, é sempre bom estar preparado para tudo. Lembrando que o Salar fica numa altitude muito elevada, então as temperaturas estarão sempre mais baixas do que em cidades litorâneas, por exemplo.

Vale lembrar que nos meses com maior quantidade de chuva, apesar de aproveitar o efeito espelho que é lindíssimo, o passeio fica mais limitado pois é perigoso cruzar o Salar quando o mesmo está encharcado.
O que levar?
A listinha abaixo é para ajudar vocês, mas lembre-se que ela não é exaustiva:
- Roupa íntima;
- Roupa de banho (sunga, maio, biquini etc);
- Toalha;
- Segunda pele;
- Fleece;
- Casaco, daqueles corta-vento, de preferência impermeável. Aqueles de plumas também são muito bons;
- Pescoceira: eu estava em duvida se levava ou não. Mas levem. Sério. Levem. Até balaclava eu usei;
- Capuz e gorro: bom pra proteger a cabeça e esquentar as orelhas;
- Cachecol: aprendi com os Dinamarqueses que as partes mais importantes de aquecer são o pescoço e os pés;
- Meias térmicas e de lã: aqueça os pés. Se quiser, use duas de uma vez;
- Bota de qualidade: de preferência impermeável ou resistente à água;
- Luvas: muito importante;
- Chinelos: leve para os passeios com banho, e pra usar no hotel/hostel;
- Saco de dormir: nem sempre as agências fornecem, e dependendo da temperatura as cobertas fornecidas pelos hostels serão tão pesadas que a sensação de ser esmagado contra a cama vai incomodar muito. Experiência própria;
- Alimentos leves para serem consumidos entre as refeições.
Muito parecido com a listinha do Planejamento pro Atacama, não é? Isso é ótimo, pois como eu, você pode querer fazer esse passeio junto com o do Atacama.
Combo Uyuni + Atacama
Como o Atacama fica muito próximo da divisa com a Bolívia, é comum incluir o Salar de Uyuni antes, entre ou depois do Atacama. Como a altitude na Bolívia é maior, é recomendável ir pro Atacama antes.
Quando o passeio inicia do Atacama, é tudo reservado com a agência Chilena. O passeio pode terminar em Uyuni (3 dias) ou voltar para o Atacama (4 dias), como eu fiz. Se for voltar para o Chile, além de um dia a mais, o valor é um pouco maior.
Pelo que pesquisei, o passeio partindo de Uyuni mesmo é mais barato. Mas como eu fiz saindo e voltando para o Atacama, vou detalhar mais sobre esta maneira no post sobre Como Chegar (aguardem).

Onde ficar?
Vou contar um segredo: você só vai passar pelo Salar no último dia. Ate lá você ira cruzar vários lugares incríveis dentro do carro com seu guia (os lugares visitados dependem de cada agência). Normalmente, quando você fecha o passeio com a agencia, ja estão incluídas a estadia (2 ou 3 noites) e a alimentação (desjejum, almoço, café da tarde e janta). Então não se preocupe com isso.

O que não está incluso?
Nao estão inclusas as taxas de entradas nos parques Reserva de Fauna Andina Eduardo Avaroa (150 bolivianos) e Isla Incahuasi (30 Bolivianos). Também não estão inclusas as taxas pra tomar banho quente nas pousadas. O valor praticado é 10 bolivianos. Durante todo o caminho geralmente é cobrado para usar banheiros, entre 3 a 5 bolivianos. Importante: guarde 15 bolivianos para uma “taxa” na fronteira se for voltar para o Chile. Apesar de ter sua razão duvidosa, os oficiais estão cobrando de todo mundo que passa da Bolivia para o Chile pela fronteira em Hito Cajón.
Chegando em Uyuni também tem uma parada em Colchani, uma aldeia com uma feirinha com muito artesanato com preço em conta. Leve alguns bolivianos pra comprar lembranças por la também (eu gastei uns 100, e olha que não sou muito de comprar lembrancinha). Ah! Eles também negociam os preços, tá?
Dicas
As dicas do Atacama valem para aqui também: mantenha-se sempre hidratado, abuse do protetor solar e do protetor labial. É bom levar alguma fruta, biscoito ou uma barra de cereal para comer no caminho entre as refeições.
Respeite a altitude: cansaço repentino e sono são frequentes. Respeite os limites do seu corpo!
Lembre de levar uma mochila de ataque, para colocar as coisas que vai utilizar durante o dia. A mochila maior (ou mala) vai em cima do carro e os guias só descem durante as paradas nas hospedagens.
Leve bolivianos. Você pode trocar no Atacama mesmo, por reais ou dólares ou pesos chilenos.
No mais, aproveite muito a viagem e as paisagens sensacionais!
Se tiver alguma dúvida ou contribuição, deixa aqui nos comentários.
Orçamento
Tudo detalhado no arquivo abaixo, de acordo com a cotação média do final de agosto/18 (1 BRL = 150 CLP e 1 BRL = 1,75 BOB). Só baixar!